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Índice desta página:
Nota: Cada seção contém Comentário, Leituras, Homilia do Diácono José da Cruz e Homilias e Comentário Exegético (Estudo Bíblico) extraído do site Presbíteros.com

. Evangelho de 18/01/2015 - 2º Domingo do Tempo Comum
. Evangelho de 11/01/2015 - Festa do Batismo do Senhor


Acostume-se a ler a Bíblia! Pegue-a agora para ver os trechos citados. Se você não sabe interpretar os livros, capítulos e versículos, acesse a página "A BÍBLIA COMENTADA" no menu ao lado.

Aqui nesta página, você pode ver as Leituras da Liturgia dos Domingos, colocando o cursor sobre os textos em azul. A Liturgia Diária está na página EVANGELHO DO DIA no menu ao lado.
BOA LEITURA! FIQUE COM DEUS!

O PESO DE NOSSA CRUZ!
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18.01.2015
2º Domingo do Tempo Comum — ANO B
( VERDE, GLÓRIA, CREIO – II SEMANA DO SALTÉRIO )
__ "Mestre, onde moras? Vinde e vede." __

EVANGELHO DOMINICAL EM DESTAQUE

APRESENTAÇÃO ESPECIAL DA LITURGIA DESTE DOMINGO
FEITA PELA NOSSA IRMÃ MARINEVES JESUS DE LIMA
VÍDEO NO YOUTUBE
APRESENTAÇÃO POWERPOINT

Clique aqui para ver ou baixar o PPS.

(antes de clicar - desligue o som desta página clicando no player acima do menu à direita)

NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGELHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.

Ambientação:

Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Durante o Tempo Natalino, as reflexões nos ajudaram a compreender a importância da comunidade na vida social. Agora, a Liturgia nos conduzirá a aprofundar ainda mais o conhecimento de Jesus Cristo. Contudo, existe uma diferença básica entre informação e conhecimento. Pela informação, ficamos sabendo de algumas características pessoais do outro. Pelo conhecimento, sabemos como a pessoa pensa e como vive. Hoje, Jesus nos convidará a morar com ele para que o conheçamos. Não basta, portanto, ter informaçõe sobre a vida de Jesus; é preciso conhecê-lo e isso só se dá a partir da convivência com Ele na vida diária.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: O encontro pessoal com o Messias e o seguimento do Cordeiro de Deus são atitudes que definem a fé da Igreja e o discipulado de Cristo.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: Um novo tempo se inicia. Estamos no Tempo Comum. Encontrar o Messias é a maior descoberta que também nós poderemos fazer. Um encontro que se torna vocação, partilha de vida, solidez renovada. Pedra nova de um edifí- cio que é a Igreja, que tem o seu fundamento em Cristo e, em Cristo, os Apóstolos. Quem se deixa encont rar por Cr isto inicia uma histór ia nova. "Vinde ver" e, vendo-o, descubramos a riqueza do seu amor. Em nossa Eucaristia dominical, fazemos nosso ato de fé e realizamos o encontro pessoal com o Messias. Envolver nossa vida com Jesus e conviver com Ele para sempre deve ser nosso projeto pessoal, diante do chamado que Ele nos faz. Sendo discípulos missionários, nossa vida inteira se resume numa grande missão: levar o Cristo a todos os corações. Nessa perspectiva, a Eucaristia fortalece nosso compromisso de anunciar Jesus nesta Cidade, que foi fundada para ser morada de Deus e terra da fraternidade.

Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo entoemos alegres cânticos ao Senhor!


(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)


PRIMEIRA LEITURA (1 Samuel 3,3-10.19): - "Falai, Senhor; vosso servo escuta!"

SALMO RESPONSORIAL 39(40): - "Eu disse: Eis que venho, Senhor! Com prazer faço a vossa vontade."

SEGUNDA LEITURA (1 Coríntios 6,13-15.17-20): - "não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus"

EVANGELHO (João 1,35-42): - "Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?."



Homilia do Diácono José da Cruz – 2º Domingo do Tempo Comum

"O QUE ESTAIS PROCURANDO?"

A vida é marcada por muitos encontros, conseqüência de uma procura, um dos mais belos é quando alguém encontra o grande amor de sua vida! Há um momento solene e inesquecível na celebração de um casamento na igreja, é quando após a entrada da noiva, o noivo vai acolhê-la ainda no corredor, há muitos que vêem aquele momento como a uma despedida do pai que entrega filha para o futuro genro. No fundo é isso mesmo, porque aquele encontro é diferente de todos os demais que já tiveram, pois mesmo o primeiro encontro que é tão emocionante para muitos, não tem o significado deste, realizado aos pés do altar. Por quê?

Porque se trata de um encontro definitivo, para sempre, por toda a vida, vão formar uma nova família, vão ser uma só carne, vão morar sob um mesmo teto. Não haverá mais, ou pelo menos, não é para haver, nenhuma separação, até que a morte os separe – afirma categoricamente o rito do casamento. O encontro que fazemos com Deus em nossa vida, através da experiência com Jesus, tem e precisa ser algo definitivo, como uma aliança de casamento, precisamos consentir que Jesus entre em nossa vida e ali permaneça, mas para isso é preciso que entremos na vida nova que ele nos oferece e ali permaneçamos.  Talvez por isso o verbo permanecer é tão repetido no evangelho de João.

O amor autentico e verdadeiro não se contenta com encontros casuais, que não geram compromisso de vida, os encontros do namoro e do noivado, embora importantes, nunca são definitivos, quem já não viu noivos que desistiram do casamento uma semana antes da cerimônia? Não há vínculo em tais encontros, embora sejam eles muito importantes porque exercitam o coração para a busca do verdadeiro amor que só será possível na comunhão de vida.

Às vezes muitos cristãos vivem esse relacionamento com Jesus, se dizem apaixonados por ele, encantados com a sua pessoa, com suas palavras, com seu corpo e sangue, mas a vida de fé se resume em encontros ocasionais com o Senhor, sem muito compromisso de vida, em uma assembléia é difícil encontrar alguém que não se sinta fortemente atraído por Jesus Cristo, mas ao deixarem a igreja templo e voltarem para suas casas, seu trabalho, seu estudo, será que permanecem fiéis a este amor, ou vivem procurando encontros fortuitos com outros amantes?

A este respeito recordo-me dos encontros jovens do meu tempo, que eram denominados “Encontro com Cristo”, sempre muito comovedor onde a moçada se derretia em lágrimas nas reflexões, que eram muito profundas, mas depois... Ficava só nisso, amava-se o Cristo, mas não se amava a sua igreja, a família, os amigos, a esposa, os filhos, um amor que não gera compromisso de vida não pode se dizer que é verdadeiro.

João Batista encontrou este amor que requer desprendimento, que nunca nos leva a nós, mas aos outros, por isso aponta a dois de seus discípulos aquele que é o “cordeiro de Deus”, isso é, o amor capaz de imolar-se pelo bem do homem. Os discípulos passam a seguir Jesus, pois o que procuravam não encontraram em João, mas agora a procura terminou. Querem saber onde Jesus mora, porque desejam com ele uma relação mais íntima e forte, o que sentem não é um entusiasmo passageiro, mas algo que é para sempre. Por isso vão e passam a morar com o Senhor. Nessa casa do Senhor, que é o nosso coração, Jesus não pode ser um simples inquilino ou visitante, ele terá que ser o dono da nossa vida, porque sem ele o nosso coração não passa de uma casa vazia e abandonada.

Quando se está comprometido com o Senhor, tudo o que é nosso torna-se dele, e tudo o que é dele, torna-se nosso.suas palavras, seus ensinamentos, seu evangelho passa a ser as diretrizes de nossa vida. Daí o nosso testemunho coerente, que manifesta a alegria de quem encontrou o verdadeiro amor, é contagiante como o de André, que conduz Simão até Jesus.

E Simão se torna Pedra, rocha firme capaz de abrigar e acolher o novo povo que está surgindo, povo da nova aliança, prefiguração da nova humanidade que terminou sua procura ao encontrar-se com Jesus. Assim como esses primeiros discípulos, a Igreja nada mais busca ou procura, mas apenas anuncia o Cristo, Messias, salvador e libertador do homem, único capaz de tirar o seu pecado e revesti-lo da sua graça operante e santificante.

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – 2º Domingo do Tempo Comum

“Domingo: permanecer com o Senhor!”

André e João “foram e ficaram com ele aquele dia” (Jo 1,39). Também a nós foi dado um dia para que permaneçamos com Jesus, o domingo. Nós, os cristãos, precisamos redescobrir o domingo como o kyriaké, Dies Domini, Dia do Senhor. Não deixa de chamar a atenção como às vezes a Missa dominical é vista mais como um preceito do que como um encontro necessário à vida de um filho de Deus. O preceito de fato existe, pois a Igreja quis garantir um mínimo vital para o cristão: participar da Missa aos domingos e dias santos. A razão da lei da Igreja não é o preceito em si, mas esse mínimo vital do qual falávamos antes. Os primeiros cristãos compreendiam bem essa realidade quando, por exemplo, quarenta e nove cristãos da cidade de Abitene (na atual Tunísia) foram surpreendidos numa celebração dominical, apesar das ordens contrárias do imperador. Perguntados por que tinham desobedecido às ordens imperais, Emérito, um dos participantes daquela eucaristia, deu a seguinte resposta: sine domínico non possumus, ou seja, nós, os cristãos, não podemos ser, nem existir, nem viver sem a celebração da Eucaristia dominical.

É-nos necessário o domingo! Esse foi o dia feito por Deus para que fiquemos bem perto dele. Como canta o Salmista: “Esse é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade” (Sl 117,24). Antes, durante a antiga a aliança, foi o sábado; depois da Ressurreição de Jesus, os cristãos seguem o domingo. O sábado, celebração da criação e do repouso de Deus, era figura da realidade que o domingo significa: a nova criação e o repouso eterno iniciados com a ressurreição do Senhor Jesus. O apóstolo Paulo deixou bem claro que os cristãos já não devem sentir-se vinculados ao sábado: “ninguém, pois, vos critique por causa de comida ou bebida, ou espécies de festas ou de luas novas ou de sábados. Tudo isto não é mais que sombra do que devia vir. A realidade é Cristo” (Cl 2,16-17). Santo Inácio de Antioquia (+110 d.C.) explicou aos cristãos de Magnésia a passagem do sábado para o domingo da seguinte maneira: “aqueles que viviam na antiga ordem das coisas chegaram à nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senhor, em que a nossa vida se levantou por meio dele e da sua morte” (Aos Magn., 9,1). Obviamente, tais afirmações não resultam um desprezo para com as prescrições do Antigo Testamento, de fato o Catecismo diz o seguinte: “o culto dominical cumpre o preceito moral da Antiga Aliança, cujo ritmo e espírito retoma ao celebrar cada semana o Criador e o Redentor de seu povo” (Cat. 2176). O Antigo Testamento cumpriu a sua missão de preparação em relação ao Novo e, diria mais, continua cumprindo; mas quando chegou a realidade, Cristo, já não tem sentido continuar insistindo nas figuras antigas.

O domingo é o dia para que também nós façamos como João e André: permanecer com o Senhor! Como? Em primeiro lugar, participando da Missa dominical em comunhão com os nossos irmãos. É na Eucaristia que nós encontramos o acontecimento fundacional do dia do Senhor, ou seja, o Mistério Pascal da Paixão, Morte e Glorificação de Jesus Cristo. Este também é o acontecimento fundacional da nossa nova vida em Cristo. Podemos entrar em contato com a grande Páscoa de Cristo na páscoa dominical. Daí que nós não podemos dizer: “ah, eu rezo em casa, não vou à igreja”. É na celebração eucarística que se atualiza de maneira misteriosa o acontecimento que nos deu nova vida e é no domingo que nós celebramos o triunfo de Cristo sobre o demônio, o pecado e a morte. São João Crisóstomo explicava aos cristãos do seu tempo: “não podes rezar em casa como na Igreja, onde se encontra o povo reunido, onde o grito é lançado a Deus de um só coração. Há ali algo mais, a união dos espíritos, a harmonia das almas, o vinculo da caridade, as orações dos presbíteros” (Incomprehens. 3,6).

Em segundo lugar, podemos permanecer com o Senhor encontrando-o nos nossos semelhantes. O domingo é o dia da caridade, do serviço generoso e do descanso que também faz descansar os outros. “Durante o domingo e os outros dias de festa de preceito, os fiéis se absterão de se entregar aos trabalhos ou atividades que impedem o culto devido a Deus, a alegria própria ao dia do Senhor, a prática das obras de misericórdia e o descanso conveniente do espírito e do corpo” (Cat. 2185). Tudo isso, porque “Esse é o dia que o Senhor fez: seja para nós dia de alegria e de felicidade” (Sl 117,24).

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Comentário Exegético – 2º Domingo do Tempo Comum - Ano B
(Extraído do site Presbíteros - Elaborado pelo Pe. Ignácio, dos padres escolápios)

EPÍSTOLA (1 Cor 6, 13c-5a, 17-26)

INTRODUÇÃO: Paulo tinha falado aos de Corinto sobre a liberdade cristã que alguns, com estas  palavras da filosofia estóica usavam como lei evangélica: tudo me está permitido. E as rejeita com duas consequências de ordem natural: Porém, nem tudo é conveniente; e não posso me escravizar a desejos que me animalizam (v. 12). De fato está falando a cidadãos de uma polis em que o vício sexual era a coisa mais comum. As prostitutas sagradas tornavam a fornicação um hábito social que dominava mentes e costumes entre os habitantes de Corinto. Aqui se inicia a epístola de hoje.

O FIM DO CORPO: O corpo não para a fornicação, mas para o Senhor; e o Senhor para o corpo (13). Corpus autem non fornicationi sed Domino et Dominus corpori. Ao argumento natural de que não é conveniente a fornicação e que ela leva a uma escravidão como acontece com todo vício, agora Paulo oferece uma nova razão do tipo teológico: o corpo de um cristão pertence a Cristo pois é parte de seus membros, como dirá na continuação no versículo 15: Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo. Como próprio da argumentação semítica a tese precede o silogismo. Paulo afirma o senhorio de Jesus no versículo 13, e nos 14 e 15  aduz as razões para validar o mesmo: a ressurreição que teve como causa tanto modelar como eficiente a de Cristo; e consequentemente que nossos corpos devem sua vida eterna e definitiva ao Senhor Jesus. Logo este é  o Senhor dos corpos e a ele pertencem em definitivo, não podendo usar dos mesmos fora dos planos divinos. Numa outra ocasião, Paulo afirmará que o sacrifício dos que são sacerdotes leigos [sacerdócio real segundo 1 Pedro em 2, 4-6] é o de seu próprio corpo: Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Rm 12:1).

A RESSURREIÇÃO: Pois o Deus tanto ressuscitou o Senhor como também vos ressuscitará por meio de seu poder (14). Deus vero et Dominum suscitavit et nos suscitabit per virtutem suam. A razão do princípio anterior [o corpo é para o Senhor] é que a nossa vida futura depende de Deus que será o que nos dará o novo corpo ressuscitado como o deu a Cristo, o Senhor. Ressurreição que devemos também a intercessão, melhor diríamos,  mediação de Cristo; porque se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição (Rm 6,5) pois se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita (Rm 8, 11). Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também por Jesus, e nos apresentará convosco (2 Cor 4, 14). E efetivamente, esse Espírito que é PODER [dynamis<1411>=virtus] e que habita em nós é quem fará o milagre de nossa ressurreição como fez o milagre da ressurreição de Cristo, erguendo-o dos mortos pelo poder não de sua carne como homem, mas de seu Espírito, como Filho de Deus, ao ressuscitar Jesus Cristo da morte e ao dar-lhe o lugar de honra à sua direita, no céu (Ef 1, 20). Que,  como diz Paulo no versículo anterior, é um poder extraordinário que ele nos dá, a nós os crentes. Porque foi esse grande e extraordinário poder que ele manifestou no mais alto grau, ao ressuscitar Jesus Cristo da morte (Ef 1, 19-20). De modo que a ressurreição é pelo poder do Espírito que habitava em Cristo e habita em todo cristão batizado no seu nome. Espírito que é superior a toda carne. Daí que no versículo anterior Paulo podia afirmar que o corpo pertence ao Senhor e não à fornicação.

COMO MEMBROS DE CRISTO: Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? (15). Nescitis quoniam corpora vestra membra Christi sunt. Essa identidade entre Cristo e os cristãos não é só como comunidade de Espírito, mas também como identidade de corpos. Paulo usa a palavra melë [<3196>=membra], plural neutro de melos, membro ou parte de um todo como em Mt 5, 25: É melhor que se perca um dos teus membros [tön melön sou] do que seja todo o teu corpo lançado ao inferno. Significado que vemos confirmado por Paulo em Rm 7, 5: Quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Esta afirmação paulina é de extraordinária valia: Estamos unidos a Cristo, não unicamente pelo Espírito de filhos, que nos foi dado (Rm 8, 16), mas também pelo corpo. Ou seja, todo nosso ser foi divinizado pelo batismo, de modo que entre nós e Cristo, como homem, a diferença é já de grau e não de substância. Essa união é melhor compreendida com a segunda parte deste versículo, em que Paulo compara a união Cristo-batizado com a união meretriz-parceiro, união esta íntima como a dada entre esposos, porém com fins puramente voluptuosos. Dirá Paulo: Tomarei, pois, os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? (v 15 b). Assim o explica Paulo, afirmando no versículo seguinte que não entra a formar parte da leitura da epístola de hoje: Não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne (16).

UNIÃO DE ESPÍRITOS: Quem, pois, está unido ao Senhor um só Espírito é (17). Qui autem adheret Domino unus spiritus est. Paulo retoma, após o pequeno exemplo da meretriz, o fio essencial de seu discurso: Estar unido a Cristo é ter o mesmo e único Espírito. Nele era pessoal como Filho único. Em nós é participativo como imbuídos. Mas o trabalho desse Espírito é o mesmo em ambos os sujeitos: a união com a pessoa do Verbo que nos santifica. Daí que a frase Christianus alter Christus seja tão real como verdadeira.

A PROSTITUIÇÃO: Fugi da fornicação. É pecado tudo o que o homem fizer fora do corpo; mas o fornicador contra seu próprio corpo peca (18). Fugite fornicationem omne peccatum quodcumque fecerit homo extra corpus est qui autem fornicatur in corpus suum peccat. FORNICAÇÃO [porneia<4202>=fornicatio] em geral porneia é uma relação sexual ilícita. Distinto de moicheia [<3430>= adulterium] (Mt 15, 19) era a prostituição ou relação com uma meretriz, que pelo que Paulo escreve, era vício comum entre os de Corinto e seguido também pelos novos cristãos. Porneia é o termo usado por Mt 5, 32 repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério. E em Mc 7, 21 claramente se distingue do adultério: Do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios [moicheiai], as prostituições [porneiai], os homicídios. No caso de Mt 5, 32 parece que o evangelista, um magistrado, usa um termo legal indicando uma mulher não legítima como era uma segunda mulher ou uma parente próxima que era considerada como pornë [meretriz] pela lei. Na realidade a tradução mais correta de porneia seria prostituição, pois a palavra é derivada de pornë que segundo Mt 21, 31 era uma mulher pública como confirma Jo 8, 41 quando os judeus respondem a Jesus: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. A prostituição era vício comum entre os pagãos e por isso no Concílio de Jerusalém se recomenda que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue (At 15, 20). Se no versículo anterior as razões eram de ordem transcendente, agora Paulo aduz uma outra que implica ser a prostituição pecado íntimo em que o corpo é tratado com impura desordem e degradação. De modo que a malícia é interna, depravando a santidade do corpo que pertence a Cristo (v 15) e que como dirá logo (v.19) é templo do Espírito Santo.

O CORPO TEMPLO DE DEUS: Ou não sabeis que vosso corpo templo é do Santo Espírito que em vós (habitante) tendes (recebido) por parte de Deus  e não sois de vós mesmos? (19). An nescitis quoniam membra vestra templum est Spiritus Sancti qui in vobis est quem habetis a Deo et non estis vestri. A  primeira coisa a notar é que a Vulgata fala de membros quando o grego usa a palavra corpo, muito mais em conformidade com o contexto. Esta ideia paulina  do corpo/templo é repetitiva de Paulo: Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós (1 Cor 3, 16). E para afirmar que não é uma invenção sua, Paulo citará um texto do AT: Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo(2 Cor 6, 16). O texto mais próximo do AT é Êx 29, 45: Habitarei no meio dos israelitas e serei seu Deus. Segundo a maneira de usar como citação o AT, este versículo e outros, como Ez 36, 28, são a base para uma interpretação livre e completa ao se referir a cada indivíduo o que em Êx 25, 8 diz Jahveh do seu santuário: Me harán un santuario y habitaré en medio de ellos. De um templo matéria, Paulo passa ao templo corporal de cada cristão, pois é aí onde o Espírito tomou posse no batismo. Sendo, pois a casa de Deus, o corpo não pertence a cada um, mas é propriedade do Deus que nele habita. Deve ser considerado sagrado, como todo templo era, e toda impureza deve ser evitada como era na época toda comida impura. Ainda mais: se a prostituição era em Corinto especialmente sagrada por causa das prostitutas, Paulo poderá clamar com razão: Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? (2 Cor 6, 16). A consequência é clara: como templos de Deus, podemos assegurar com Paulo que nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Nenhum de nós vive para si, porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor (Rm 14, 7-8).

O PREÇO: Fostes, pois, comprados por um (bom) preço; glorificai, portanto, a Deus em vossos corpos(20). Empti enim estis pretio magno glorificate et portate Deum in corpore vestro. PREÇO [timë<5092>=pretium] como diz 1 Pd 1, 18-19: Não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais; mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado. Por isso, Paulo adverte aos de Corinto: Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens. O preço da cruz nos torna escravos de Cristo e como não podemos servir a dois senhores (Lc 16, 13), daí a conclusão de Paulo: devemos glorificar a Deus em nossos corpos, do modo que o Apocalipse declara em 5, 9: Cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação. O cristão em corpo e alma se deve ao seu Senhor que o resgatou a preço muito alto e deve viver para servi-lo e glorifica-lo.

EVANGELHO (Jo 1, 35-42) - O CORDEIRO DE DEUS

No dia seguinte, de novo, estava João e de seus discípulos, dois (35).  Altera die iterum stabat Iohannes et ex discipulis eius duo. NO DIA SEGUINTE: Este e a outra concretização cronológica [4 da tarde] indicam uma memória testemunhal que conserva palavras e detalhes de maneira pessoal, como quem esteve presente a toda a narração. DISCÍPULOS: É a primeira vez que o evangelista fala dos discípulos de João. Serão logo nomeados em 3, 25 na disputa entre um judeu de Jerusalém e os discípulos do Batista. Este é um episódio de difícil interpretação, que não corresponde a este evangelho.

CORDEIRO DE DEUS: E tendo olhado para Jesus, estando deambulando, diz: Eis o cordeiro de(o) Deus! (36). Et respiciens Iesum ambulantem dicit ecce agnus Dei. O evangelista usa um presente histórico, misturado com o aoristo inicial de ter descoberto Jesus, que caminhava nesse instante perto de onde se encontrava. CORDEIRO DE DEUS: Os títulos messiânicos conhecidos são: Messias, Cristo, Ungido, Eleito de Deus, Amado de Deus, Rei de Israel, Filho de Davi e Filho do homem (=título este, que Jesus se dá a si mesmo, interpretando Daniel 7,15+). Mas por que o título de Cordeiro de Deus? Somente em outra ocasião, e unicamente o quarto evangelista, aponta Jesus como tal cordeiro (1,19). Vamos explicar esse título que se torna messiânico no quarto evangelho. Sabemos como João foi considerado novo Elias, semelhante no vestir (II Rs 1,8) e cujo espírito batalhou contra a nova Jezabel (I Rs 16,31),  neste caso Herodiades, e as práticas antiéticas dos dirigentes do povo (Mt 3,7). No versículo 19 o Cordeiro de Deus está unido a quem tira o pecado do mundo. E finalmente no versículo 34 temos o testemunho claro, messiânico de João ao declarar Jesus como o Eleito de Deus, leitura hoje preferida à de outros códices que trazem Filho de Deus. Os outros 3 evangelistas falam da palavra ouvida por João após o batismo de Jesus: Tu és o meu Filho, bem amado; Aprouve-me escolher-te.(Mc 1,11). Ou em Lucas Tu és o meu filho, eu, hoje te gerei (Lc 3,22). Em Lucas, claramente, temos uma alusão ao salmo 2,7 como sendo o batismo de Jesus o dia da coroação do novo rei. A palavra Cordeiro, amnoj <286>[amnos] em latim agnus, que também admite o arnion [cordeirinho] diminutivo de aren provém de  uma tradução grega da palavra TALEH [<0294>]. Os modernos, desde J. Jeremias, explicam a palavra Cordeiro como sendo uma tradução grega da palavra Talya, que pode significar tanto servo, como menino, ou  cordeiro [pessoalmente não tenho encontrado a tal palavra talya nos dicionários, só nos comentários]. Jeremias, o intérprete da palavra, diz que Talye Jahveh não tem significado algum como servo de Jahveh {só ebed Jahve, ou ebed elohim como é chamado Moisés pais tou theou, oiketes ou doulos (Dt 34, 5 e Dn 9, 11 respectivamente) e Davi (Sl 18, 1)} e, portanto, deveria ser traduzido como cordeiro de Deus. Em Dn 9, 10 os profetas são chamados de servos do Senhor. Por isso, é possível que João, o Batista, esteja interpretando a passagem de Isaías do  4o canto do servo, desde 52,13 até 53,12. Este canto, chamado de quinto evangelho, é uma profecia de como, através do sofrimento, o servo toma sobre si as iniquidades do povo. Nele encontramos o versículo 7 que, na tradução RA, diz: Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro [taleh], foi levado ao matadouro, e, como ovelha [she], muda perante os seus tosquiadores ele não abriu a boca. Neste trecho, o servo é levado ao matadouro como um cordeiro; o que unido ao versículo 12, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores fez intercessão, pode ser suficiente para o Batista chamá-lo de Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. De todas as formas, será o mesmo evangelista que, tanto no fim do evangelho como no Apocalipse, retomará a ideia de Cristo como cordeiro sacrificado. Ele mesmo, ao se referir à lança que transpassou o corpo morto de Jesus, testemunha que nenhum osso fora quebrado, referência clara ao cordeiro pascal. Paulo também se torna solidário desta ideia em I Cor 5,7. Já no Apocalipse o símbolo base de Cristo é o Cordeiro imolado (5,6). Se os judeus foram excluídos do castigo no dia da páscoa no Egito, ao ver o exterminador o sangue nas portas, esse sangue de Jesus também é salvação para quem o invoca como proteção. Daí que o pecado do mundo é por ele tirado. PECADO DO MUNDO: Vamos explicar o pecado do mundo pelas palavras do mesmo escritor do evangelho. Em 1 Jo 3, 5-6 lemos: Sabeis também que ele (Jesus) se manifestou para tirar os pecados e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. E em 1 Jo 3, 9: Quem nasceu de Deus não peca, porque a semente de Deus está nele. A diferença entre o singular [pecado] e o plural [pecados] é que estes últimos são os atos pecaminosos das pessoas e o singular se refere à condição pecaminosa à qual estava submetido o mundo antes de Cristo. Existe alguma tradição anterior ao Batista para que este, e não o evangelista, atribua a frase completa a Jesus? Sim. Na apocalíptica judaica, no começo do juízo final, aparece a imagem de um cordeiro vitorioso que aniquilará o mal que existe no mundo. O Testamento de José fala de um cordeiro [amnos] que derrota as bestas do mal e as pisoteia. E a figura encaixa muito bem na pregação do Batista que fala da ira vindoura como final de uma época e início da messiânica. Portanto, não é difícil imaginar que o Batista definisse ‘aquele que vem’ como o Cordeiro apocalíptico de Deus. Tirar o pecado do mundo é paralelo, por outra parte, a destruir a obra do diabo, do mesmo autor (Jo 3, 8). A esta interpretação de Raymond Brown, podemos acrescentar uma outra de Jeremias, Cullman e De la Potterie: O fundamento é que a palavra Taleh [hebraica por cordeiro] é em aramaico Talyâ que pode significar também servo, embora a palavra usada por Isaías para designar servo seja ‘ebed [aramico ‘abdâ]. Uma terceira posição é a dos que veem o cordeiro como pascal. 1 Pd 1, 18-19 fala do resgatados da vida fútil …pelo sangue precioso de Cristo como de um cordeiro sem defeito e sem mácula. Todas têm sua  força, mas inclino-me pela primeira, a de Isaías, que tem como base interpretativa o  Testamento de José, parte do livro apócrifo do Testamento dos doze patriarcas,  escrito na última metade do século aC.!

O SEGUIRAM: E ouviram os dois discípulos ele falando e seguiram Jesus(37). Et audierunt eum duo discipuli loquentem et secuti sunt Iesum. O texto grego usa o genitivo absoluto [falando ele] e o verbo ouvir em impessoal, construção que tenho tentado conservar. A rapidez da resposta dos dois discípulos de João indica que eles compreenderam perfeitamente o ministério subordinado de seu Mestre.

RABBI, ONDE MORAS? Tendo-se voltado, pois, Jesus e olhado a eles acompanhantes, diz-lhes: Que buscais? Eles, então, disseram-lhe: Rabbi, o que é interpretado Mestre, onde moras? (38). Conversus autem Iesus et videns eos sequentes dicit eis quid quaeritis qui dixerunt ei rabbi quod dicitur interpretatum magister ubi habitas  RABBÍ: De origem semita, composta de Rab [excelente, grande] e o sufixo pessoal I [meu] de primeira pessoa. Seria traduzido por minha excelência. Hoje nós falamos de sua Excelência, abstraindo o título que anteriormente aportávamos, referindo-o à pessoa do falante. Porém, nos tempos de Jesus, significava o título com o qual designava a pessoa do mestre [didáskalos grego], instrutor ou professor [ magister latino]. Oposto a didáskalos está o mathetês [estudante, aluno, discípulo]. Quando referido a Jesus, Rabbí indica um termo de respeito, que era dado aos escribas judeus (Lc 2,46), os didaskaloi aos quais o menino Jesus perguntava no átrio de Salomão, no templo. Eram esses mestres que os evangelhos chamam de grammates, intérpretes da Lei ou da Tonak [letras iniciais dos três componentes: Torah (Lei), Neviim (profetas) e Ketuvim (hagiógrafos)]. O apóstolo, escritor do evangelho, testemunha ainda viva dos fatos, recorda bem a palavra semítica inicial do diálogo [rabbí] e como não era corrente no mundo greco-romano, a traduz imediatamente, se é que essa tradução não fosse devida ao amanuense circunstancial da cópia. Uma outra palavra, usada para indicar a posição de superioridade de Jesus é epistatês, com o significado de chefe, comandante, ou mestre. Como em Lc 5, 5, Simão disse: Epistata [chefe] toda a noite nada apanhamos. É a tradução que Lucas dá ao Rabbí dos outros evangelistas, que não usam o epistatês, mas unicamente Rabbí ou Kyrios. De fato, também Lucas usa o Kyrios, porém jamais emprega o vocábulo Rabbí. ONDE MORAS: O grego usa o verbo Menô, que, inicialmente, significa permanecer, ficar, e daí, podemos traduzir por morar, residir [ubi habitas, latino]. Os antigos mestres moravam junto com os alunos, constituídos em verdadeiros discípulos. Isto indica o propósito de serem não meros ouvintes ou alunos, mas verdadeiros discípulos do novo mestre, apontado como tal por um profeta, o Batista. Na vida pública de Jesus vemos como os discípulos o acompanhavam e formavam uma família nova, segundo as palavras de Jesus: Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? E estendendo a mão para seus discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos (Mt 12, 48-49).

A RESPOSTA: Diz-lhes: Vinde e vede. Vieram e viram onde está morando e permaneceram junto a ele naquele dia; pois a hora era como décima (39). Dicit eis venite et videte venerunt et viderunt ubi maneret et apud eum manserunt die illo hora autem erat quasi décima. Discípulos: Pelo que sabemos em outras passagens, entre as normas dos discípulos de João estavam os jejuns (Mc 2, 18) e algumas orações particulares (Lc 5, 33). À parte, como batizados por João, tinham feito a sua metânoia [conversão] própria da preparação para os novos tempos. Dispostos, como clamava o Batista, a repartir comida e vestidos (Lc 3, 10) com os que nada tinham. O desprendimento  dos bens externos é sinal de interior abnegação que responde perfeitamente ao que Jesus exigia de seus seguidores: negar-se a si mesmo para estar disposto a tomar a cruz. Nada de jejuns, que viriam após sua morte e por outra parte só anunciou a oração comum a pedido dos discípulos (Lc 11, 1). Realmente o que Jesus pediu como sinal de seu discipulado era se negar a si mesmo e  tomar a cruz, para o seguir (Mt 16, 24), fato que abrange toda a vida do discípulo. HORA DÉCIMA: Como Judeu, o evangelista, conta as horas , doze e doze, tendo como origem as 6 da manhã para as horas do dia e as 6 da tarde para as da noite. Consequentemente, seriam as 4 da tarde. O detalhe não parece ter simbolismo algum, mas é um dado que nos indica que o narrador estava presente como testemunha.

ANDRÉ: Era André, o irmão de Simão Pedro, um dos dois que escutaram de João e o acompanharam (40). Erat autem Andreas frater Simonis Petri unus ex duobus qui audierant ab Iohanne et secuti fuerant eum. Dos dois discípulos, sabemos a identidade de um deles e seu nome inconfundível: André, o irmão de Simão Pedro. André, nome de origem grega que significa varonil, e que sabemos era, como seu irmão, pescador, natural de Betsaida, mas morando em Cafarnaum. Apesar de ser um dos primeiros discípulos do Senhor, não foi preferido de modo especial como seu irmão e os dois filhos de Zebedeu. Quem era o outro discípulo? E, como sendo galilleus, se encontravam morando com o Batista? Vamos responder a estas perguntas a começar pela última. Porque João batizava em Betabara, ou a chamada Betânia do outro lado do Jordão [Bethany beyond the Jordan]. Betabara estava na Decápolis muito perto de Pela e de Citópolis [antiga Betsan] distante 35 km de Caná em linha reta. A isso contribuem os dias a contar para chegar a Caná e os personagens, todos da Galileia: tudo isso não seria possível caso identificássemos Betânia como uma cidade que estava perto de Jericó. O mapa da bíblia KJ Key Word o confirma, assim como a narração de Jo 3, 23 em que se diz que João batizava em Enon [as fontes] a alguns quilômetros de Citópolis. Respondendo agora à primeira pergunta, quem era o outro  discípulo devemos pensar que muito provavelmente João o evangelista, o irmão de Tiago e filho do Zebedeu. Foi o discípulo preferido [que Jesus amava]  e seu nome sai 3 vezes em Mateus, 10 em Marcos e 6 em Lucas. Mas não sai no quarto evangelho. Quando junto com Tiago, seu irmão, o nome deste o precede como precedeu seu nascimento. Unicamente em Jo 21, 22 aparecem os dois filhos do Zebedeu, mas sem nome próprio e mais dois discípulos [também sem nome] que são testemunhas, junto com Tomé e Natanael [o de Caná] da aparição de Jesus ressuscitado no lago da Galileia. Dentre estes três está o discípulo preferido pelo Senhor, testemunha viva do quarto evangelho e quem o escreveu (Jo 21, 24). Porém, nenhuma vez aparece o nome de João como discípulo do Senhor neste quarto evangelho. Por isso, a tradição aponta a João, o filho do Zebedeu e irmão menor de Tiago, como tal testemunha e discípulo predileto de Jesus. Não temos, pois, razões válidas para desconfiar dessa crença, praticamente universal.

O MESSIAS: Encontra este primeiro, seu próprio irmão Simão e diz-lhe: Encontramos o Messias o qual é interpretado o Cristo (41). Invenit hic primum fratrem suum Simonem et dicit ei invenimus Messiam quod est interpretatum Christus. SIMÃO é o nome grego, e Simeão [=ouvinte] o nome semita do apóstolo. O nosso evangelista prefere o nome grego. Isso indica que este era o comum, por ser, como seu irmão, oriundo de uma cidade, Betsaida, que, em grande parte, era formada por pessoas helenizadas. Sabemos que,  segundo nos dizem os outros evangelhos, ambos eram irmãos (Mt 10, 2 e Lc 6, 14) e filhos de Jonas (Mt 16, 17) ou de João (Jo  1, 42 e 21, 15). A translação ao grego de João pode dar lugar à escrita de Jonas [=pomba] no lugar de João [=Deus é bondoso].  MESSIAS: Em grego messias<3323>, do aramaico que traduz o hebraico mashiah <04899> que significa ungido e que em grego, se traduz por Christós <5547>, donde a palavra Cristo.

PEDRO: E o levou para junto de Jesus. Tendo lhe  olhado, Jesus disse: Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Kefas, o qual é interpretado Rocha [petrov <4074>] (42). Et adduxit eum ad Iesum intuitus autem eum Iesus dixit tu es Simon filius Iohanna tu vocaberis Cephas quod interpretatur Petrus. KEFAS: Em aramaico significa rocha e o grego petra também significa rocha, penhasco, ou rochedo e não pedra, pois esta é líthos. Esta mudança de nome está relacionada com Mateus 16, 18. Como compaginar este relato de João com os relatos dos sinóticos que dizem serem os discípulos escolhidos por Jesus nas margens do lago de Genesaré, sem intervenção do Batista e sem saber certamente quem era Jesus? Os intérpretes modernos falam de uma composição tardia de João para ressaltar a figura de Jesus, como aquele a quem João apontava como seu sucessor e superior, que não podia ser outro que o Messias. O nome de Kefas dado a Pedro é confirmado também por Mateus (16, 18). Marcos em 8, 29 também confirma o título de Messias dado a Jesus, mas desta vez não por André, mas por seu irmão Pedro. O apelido de Kefas é também o usado por Paulo em suas cartas aos Coríntios (1, 12; 3, 22; 9, 5e 13, 5) e em  Gálatas (2, 9).

PISTAS:

1) Como vemos, o motivo da aproximação de Jesus com os novos discípulos é a amizade com outros que o tinham experimentado como mestre. André atrai Simão, seu irmão. E Filipe convida seu amigo Natanael. Encontramos o Messias – dirá André, e aquele de quem escreveram Moisés, a Lei e os profetas – será o convite de Filipe a Natanael. E mesmo que este último fosse descrente, porque o apontado como Ungido era de uma miserável aldeia, mais detestável por ser vizinha {Natanael era de Caná}. Ambos, os novos discípulos, foram dirigidos até Jesus por seus amigos.

2) Não existe melhor conduto nem melhor amigo do que a Igreja. Ela faz o papel do Batista, indicando quem é o verdadeiro Messias ou Salvador, pois os livros sagrados  dão origem a tantas interpretações que já nos tempos apostólicos Pedro podia afirmar que os ignorantes e vacilantes torcem, como fazem com as demais Escrituras, para a sua própria perdição (2 Pd 3, 16). A segurança de que interpretamos corretamente os evangelhos é dada pela Igreja. O seu magistério é como a Estrela que indicou aos magos onde estava o rei que eles esperavam adorar.

3) Além da Igreja e os amigos, será a família quem nos aproxima de Cristo. Uma família que vive sua fé na oração e na assistência à missa dominical, é a melhor aproximação do Salvador nos primeiros anos de nossa vida.

3) Finalmente, na idade madura, o melhor contato com Jesus, pessoal e individual, é a Eucaristia. Nos tempos modernos temos demasiadas proclamas para reduzir esse contato aos livros santos. Porém, para nós católicos, a Eucaristia segue sendo o melhor contato com Jesus. Ele não disse quem me ler terá a vida, mas se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós (Jo 6, 54). Temos que voltar mais para a Eucaristia  e saber conversar com Jesus nesses momentos íntimos em que ele habita dentro de nós.

4) Só dois dos discípulos do Batista, entre outros muitos, escutaram a sua palavra. Os outros a ouviram, mas não a acompanharam. É um paradigma do que acontece na vida real, hoje também.  Jesus é cada vez mais conhecido; mas também preterido; porque, aparentemente, corta liberdades e se torna um desmancha-prazeres neste nosso mundo, em que tanto a liberdade como as diversões são os deuses novos a serem desejados e adorados. Porém, tanto o Papa anterior como o atual Pontífice, nos dizem [eles o sabem experimentalmente]: Não tenhais medo! A alegria cristã não pode ser confundida com as farras das discotecas e as folias dos carnavais.


EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA

- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.

- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.

Interpretação errada do evangelho:

- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).

Consequências:

- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.


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11.01.2015
Batismo do Senhor Jesus — ANO B
( BRANCO, GLÓRIA, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA FESTA )
__ “Você é meu filho muito amado” __

EVANGELHO DOMINICAL EM DESTAQUE

APRESENTAÇÃO ESPECIAL DA LITURGIA DESTE DOMINGO
FEITA PELA NOSSA IRMÃ MARINEVES JESUS DE LIMA
VÍDEO NO YOUTUBE
APRESENTAÇÃO POWERPOINT

Clique aqui para ver ou baixar o PPS.

(antes de clicar - desligue o som desta página clicando no player acima do menu à direita)

NOTA ESPECIAL: VEJA NO FINAL DA LITURGIA OS COMENTÁRIOS DO EVANGELHO COM SUGESTÕES PARA A HOMILIA DESTE DOMINGO. VEJA TAMBÉM NAS PÁGINAS "HOMILIAS E SERMÕES" E "ROTEIRO HOMILÉTICO" OUTRAS SUGESTÕES DE HOMILIAS E COMENTÁRIO EXEGÉTICO COM ESTUDOS COMPLETOS DA LITURGIA DESTE DOMINGO.

Ambientação:

Sejam bem-vindos amados irmãos e irmãs!

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL PULSANDINHO: Com a festa do Batismo do Senhor, a Igreja encerra o Tempo do Natal e abre o que ela chama de Tempo Comum, interrompido pela Quaresma e Páscoa, e reiniciado depois da festa de Pentecostes. O Batismo de Jesus marca o início de sua vida pública, de sua missão redentora no mundo. Também o nosso batismo marca nossa entrada na comunidade cristã e o início de nossa colaboração com Cristo. Celebrar, hoje, o Batismo de Jesus é vê-lo partir cheio do Espírito Santo a pregar o Reino dos Céus e, ao mesmo tempo, celebrar também o nosso batismo renovando nosso compromisso de discípulo de Jesus e co-responsável pela salvação de toda a humanidade.

INTRODUÇÃO DO FOLHETO DOMINICAL O POVO DE DEUS: Celebramos hoje o Batismo de Cristo, encerrando o tempo litúrgico do Natal. É uma boa ocasião para retomarmos o Tempo Comum da Liturgia com o espírito fortalecido pelas festas que celebramos.

INTRODUÇÃO DO WEBMASTER: À margem do Rio Jordão, João Batista prega a conversão dos pecados como meio para se receber o reino de Deus que está próximo. Jesus entra na água, como todo o povo, para ser batizado. Para os judeus, o batismo era um rito penitencial; por isso, aproximavam-se dele confessando seus pecados. Entretanto, o que Jesus recebe não é só um batismo de penitência; a manifestação, do Pai e do Espírito Santo dão-lhe um significado preciso. Jesus é proclamado "filho bem-amado" e sobre ele desce o Espírito que o investe da missão de profeta (anúncio da mensagem da salvação), sacerdote (o único sacrifício agradável ao Pai) e rei (messias esperado como savlador).

Sentindo em nossos corações a alegria do Amor ao Próximo, entoemos cânticos jubilosos ao Senhor!


(coloque o cursor sobre os textos em azul abaixo para ler o trecho da Bíblia)


PRIMEIRA LEITURA (Isaías 42,1-4.6-7): - "Eu, o Senhor, chamei-te realmente, eu te segurei pela mão."

SALMO RESPONSORIAL 28(29): - "Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!"

SEGUNDA LEITURA (Atos 10,34-38): - "Em verdade, reconheço que Deus não faz distinção de pessoas."

EVANGELHO (Marcos 1,7-11): - "Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição"



Homilia do Diácono José da Cruz – BATISMO DO SENHOR – ANO B

O UNGIDO DO SENHOR

Uma das maiores aventuras da minha adolescência foi ir a pé até a Light, com um grupo de amigos, fazer uma pescaria de três dias. Planejamos tudo, a barraca, recipientes com água, as varas de pesca, facões e canivetes, roupas e calçados leves, bonés e óculos escuros para proteger o rosto do sol, e até uma caixinha de primeiros socorros, nossa turma andava encantada com o escotismo e queríamos imitar os escoteiros nessa aventura.

Pensamos em cada detalhe e bem de madrugada, antes de iniciarmos a caminhada, o mais velho da turma, a quem delegamos o papel de “Comandante”, após conferir todo o material, e revistar nossas roupas e calçados, disse solenemente: “Vocês estão prontos, podem partir!!”. Não o escolhemos como nosso chefe por acaso, ele conhecia o percurso ida e volta e estava “calejado” para enfrentar a árdua jornada.

Estar pronto – significa estar preparado para tudo, mas principalmente ter muita coragem para o confronto, não se vai a uma batalha ou a uma aventura arriscada, sem um preparo, sem um treino ou exercício, se não houver da parte do enviado, a determinação, a força ferrenha de vontade, o objetivo poderá não ser alcançado e a desistência dominará aquele que está em missão. No caso do cristão, estar preparado para o confronto é estar ungido e apossar-se da força de Deus, presente na vida daquele que crê.

O Homem, feito a imagem e semelhança de Deus, é chamado a viver a vocação plena do amor, para atingir o auge da sua existência, superando seus limites. Deus o fez para grandes conquistas e o revestiu com a sua força. Jesus Cristo é o primogênito das criaturas, ao encarnar-se em nosso meio, ele aceitou o desafio de ir à frente da humanidade para mostrar o caminho, nesse itinerário cheio de desafios como a trilha de Indiana Jones, que requer do aventureiro muita habilidade, prontidão e persistência.

No evangelho desse Domingo do Batismo do Senhor, Marcos apresenta-nos o Ungido do Pai, aquele que está pronto para o confronto definitivo com as forças do mal. O Antigo Testamento é todo esse longo tempo de preparação, de exercício e treinamento, o homem é estimulado e encorajado por Deus para o combate e a vitória, Deus lhes empresta sua coragem e sua força, presente no seu espírito, que se apodera daqueles que ele chama, profetas e reis, juízes, nenhum deles agiu sozinho mas deixaram-se conduzir pelo Espírito de Deus.

Mas é em Jesus de Nazaré que todas as promessas serão cumpridas, é ele o verdadeiro ungido do Senhor, o Servo escolhido, o predileto e amado, aquele que não sucumbirá diante do mal, mas será persistente e fiel até que todo mal seja aniquilado e o Reino impere por todo sempre. É este homem forte, perfeito e santo, preparado para a missão, sem tremer ou vacilar, é o Jesus que emerge das águas após receber a força do Espírito Santo e ouvir a voz do Pai que o confirma – “Tu és o meu filho amado, em ti ponho o meu bem querer”.

Ele é mais forte do que João e todos os profetas que o anunciaram, ele é mais Poderoso que todos os reis que governaram o Povo de Israel, simplesmente não porque fala em nome de Deus, mas porque é o próprio Deus, que em Jesus vem dar a cada homem o seu espírito de força, coragem, determinação, empenho, ou seja, ele restituiu a cada homem aquilo que Adão havia perdido, resgatando a humanidade do fracasso, direcionando para a vitória, mudando o rumo da trajetória humana, e tudo começa no dia do nosso Batismo...

O Batismo penitencial de João era apenas um sinal exterior, que mostrava a vontade e o desejo que o homem tinha, de mudar de vida, o Batismo de Jesus, é o momento em que Deus se abre para esse homem que demonstra ter consciência do seu erro e fracasso, Deus se inclina para ouvir este homem que agora quer vencer, e ao chamar a Jesus de Filho amado, Deus esta dizendo a todo homem, que ele aprova essa decisão tomada, e que mais do que isso, ele colocará nas entranhas do homem o poder do seu Espírito, a força poderosa que conduzirá o homem á vitória.

Mas o Batismo de Jesus, além de tudo isso, tem um significado ainda mais profundo, ele caminha à frente de todos os batizados, e como aquele companheiro mais velho do meu grupo de adolescentes, Ele afirma com muita propriedade, que agora o homem está realmente preparado para o confronto, pois ao ser ungido, ele também nos ungiu e nos capacitou dando-nos todos os dons necessários para atingirmos nosso objetivo que é alcançar a vida plena, pois, embora por adoção, nós também somos em Cristo, os Filhos e filhas amados, com quem Deus se alegra, e o Batismo é o dia em que Deus, oficialmente reconhece cada homem como seu Filho...

José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail  jotacruz3051@gmail.com


Homilia do Padre Françoá Rodrigues Costa – BATISMO DO SENHOR – ANO B

Uma aventura divina

Há tempo comentou-se que “O Senhor dos Anéis”, de J. R. R. Tolkien, é a melhor literatura inglesa do século XX. Entre nós, na minha lista de boa literatura é também uma das obras que ocupa um lugar privilegiado. O livro, como se sabe, está publicado em três partes, cada uma delas bem voluminosas e tituladas, respectivamente, “a comunidade do anel”, “as duas torres” e “o retorno do rei”. Frodo tem como missão destruir o anel do poderoso senhor da escuridão que mora na terra de Mordor. No livro fica bem claro que Frodo, ainda que seja o escolhido para essa missão, não está obrigado; ele é livre para realizá-la ou não. A resposta do personagem citado é positiva, ainda que sofra muito, deixe a comodidade da sua terra e parta com poucas coisas. Mas a sua missão salvará o seu povoado, Bolsão, cujos habitantes nem sempre são simpáticos. Muitos deles desconhecerão por completo as façanhas do pequeno hobbit.

Antes de sair do seu povoado, Frodo diz: “tenho que sair de Bolsão, abandonar a comarca, deixar tudo e ir… Eu gostaria de salvar a minha comarca se pudesse, ainda que alguma vez eu chegasse a pensar que os habitantes eram tão estúpidos que um terremoto ou uma invasão de dragões poderia acabar com todos, e seria um bem para eles. Mas agora eu não sinto a mesma coisa. Ao contrario, sinto que enquanto a comarca esteja a salvo, em paz e tranquila, as minhas peregrinações far-se-ão mais suportáveis. Saberei que nalguma parte há algo firme, ainda que eu nunca volte a pisá-lo”.

Mas, o que tem a ver tudo isso com o Batismo do Senhor? Em principio, nada. No entanto, depois de escutar as palavras de Jesus a João e que dizem que “convém que cumpramos a justiça completa” (Mt 3,15), a historinha anterior começa a ser iluminada. A justiça, na Sagrada Escritura, é o cumprimento dos desígnios de Deus em Jesus Cristo. O plano de Deus para o mundo, para a humanidade e para cada ser humano em particular é um plano salvador. É impressionante: ainda que o mundo se posicione contra Deus, que a história mostre e demonstre que os homens desprezaram os planos de Deus e que nós pirracemos o Senhor e não o queiramos, Ele não responde aniquilando-nos, mas amando-nos, buscando-nos e dando-nos o valioso e incalculável presente da salvação, que é a nossa santificação total. O batismo de Jesus foi útil para nós: Jesus nos estava salvado enquanto era batizado. O batismo do Senhor foi uma poderosa epifania, manifestação, do Filho de Deus e o começo da sua vida pública.

E o que tem a ver tudo isso com Frodo e “O Senhor dos anéis”? É simples! Frodo tinha uma missão a cumprir em favor de um povo que ele mesmo julgava que nem sempre era grato e simpático. Deus também. E nós também. Não obstante, eu não gostaria de comparar a Frodo com Jesus, mas conosco. Nós recebemos a missão e às vezes nos parece tão pesada que por um momento poderíamos pensar que é mais fácil que venha um terremoto ou alguns dragões para acabar com tudo. Não nos assustemos, há precedentes. Também os filhos do trovão disseram um dia ao Senhor em contra dum povoado de samaritanos: “Senhor, queres que mandemos que desça fogo do céu e os consuma?” (Lc 9,54). Logicamente, Jesus os colocou no seu lugar e proclamou a salvação que ele veio trazer à terra.

A missão tem as suas dificuldades, incompreensões e ingratidões. Contudo, é tão belo que nós descobrimos a cada momento que vale a pena lutar para destruir o poder da escuridão com a luz de Cristo que nós irradiamos. Para isso, vamos pedir que sobre nós, mais uma vez, desça o Espírito Santo e que evangelizemos no poder do Espírito. No dia de hoje, recordemos também o nosso batismo, demos graças a Deus por essa santificação poderosíssima que aconteceu no nosso ser: que cada dia haja uma nova infusão do Espírito Santo em nossa alma. No dia de hoje, saibamos apreciar a beleza da vida em graça e odiemos cada vez mais o pecado, amando com o amor de Cristo a todas as pessoas, por mais pecadoras que pareçam. Olhemos para nós mesmos e supliquemos a misericórdia de Deus porque nem sempre soubemos corresponder a graça do batismo, nem sempre fomos consequentes com a nossa vocação à santidade e ao apostolado que deriva do Batismo e nem sempre fomos fiéis à missão.

A justiça tem que ser cumprida, ou seja, todos podem ser salvos. Vale a pena arriscar tudo nessa aventura salvífica e emocionante.

Pe. Françoá Rodrigues Figueiredo Costa


Comentário Exegético – BATISMO DO SENHOR – ANO B

Nota: Em virtude da não publicação do Comentário Exegético desta data, estamos publicando aqui um texto sobre as Cartas de São Paulo.

As cartas de São Paulo

A tradição cristã reconheceu 14 cartas de são Paulo das 21 do Novo Testamento. As cartas na antiguidade Greco-romana eram de dois gêneros: as cartas familiares, comerciais, políticas etc. e asepístolas, espécie de tratados sobre um certo tema, dedicados a alguma personalidade, a um amigo ou familiar.  Os escritos paulinos são de ambos gêneros.

A ordem em que aparecem na Bíblia é artificial. São agrupadas primeiro as que se dirigem às comunidades, depois à pessoas particulares, primeiro as mais longas e depois as mais curtas. A Epístola aos Hebreus é uma exceção, pois sempre está colocada no final de todas. As cartas não aparecem pois em ordem cronológica na Biblia.

As cartas aos Tessalonicenses: são consideradas por todos os estudiosos como as primeiras cartas de São Paulo (e primeiras do Novo Testamento). Foram escritas em Corinto entre os anos 50 e 52.

Essas cartas tratam fundamentalmente da Parusia, ou segunda vinda de Cristo e da ressurreição dos mortos. O Apóstolo diz que desconhece o tempo dos acontecimentos porque não foram revelados por Cristo e poe  ênfase na vigilância e na importância do trabalho. Chega a dizer o Apóstolo: “quem não quiser trabalhar, que também não coma” (2 Tes 3,10).

As grandes Epístolas:

São assim chamadas as cartas aos Gálatas, 1ª e 2ª aos Coríntios e aos Romanos, escritas durante a terceira viagem missionária (53-58 d.C.).

Gálatas: o tema principal é o da liberdade dos cristãos, relativamente ao cumprimento das complexas prescrições do Judaísmo. Alguns pensavam que era necessária a observância da Lei de Moisés e de suas tradições orais para a salvação. Essa controvérsia (que já estava resolvida pelo concílio apostólico de Jerusalém) ofereceu ocasião de explicar o valor redentor da Paixão de Cristo, na qual nos inserimos pela fé e pelo Batismo, com absoluta independência da Antiga Lei, pedagoga da história da Salvação.

Coríntios: a cidade de Corinto era uma cidade com 2 portos, era uma das cidades mais importantes do Império Romano. Tinha muitas religiões, cheia de degradação moral e religiosa. Aí havia o culto a Afrodite e as mil sacerdotisas dedicadas ao culto a essa deusa, por meio da “prostituição sagrada”. No entanto essa comunidade estava repleta das graças de Deus, com uma grande diversidade de carismas especiais. A primeira epístola aborda o tema da unidade dos cristãos e dos cristãos, pois havia ali divisões (partidos) entre os neófitos. Censura com energia os abusos morais mantidos por alguns cristãos convertidos, e tolerados pela comunidade (caso do incestuoso). Por isso explica a natureza do matrimonio e da castidade(cap. 7). Responde à questão da liceidade de comer carne de animais sacrificados aos ídolos. Entre os temas importantíssimos que trata são Paulo nessa carta está o tema da Eucaristia (sua instituição pelo Senhor, a presença real de Cristo nas espécies eucarísticas, e a disciplina sobre o Ágape, que acompanhava as Eucaristias). Trata também o tema da ressurreição dos mortos (cap. 15), e da ordenação dos carismas do Espírito Santo.

Na Segunda Epístola: trata de defender sua autoridade de Apóstolo, negada por alguns. Diz que foi chamado diretamente por Cristo e foi incorporado ao grupo dos Doze. Aí aparece o coração de pastor de São Paulo, o amor pelos seus filhos na fé e a fortaleza do seu espírito, e o sentido de sua responsabilidade que lhe exige a sua vocação.

Romanos: é a mais longa de seu epistolário e é considerada a mais importante. Trata da obraredentora de Cristo (aprofundando a carta aos Gálatas). Começa com uma profunda saudação e segue dando uma visão da humanidade não redimida; contempla a degradação moral dos gentios e os pecados semelhantes dos judeus, para concluir na necessidade da Redenção realizada por Cristo para alcançar o perdão de Deus e a graça. A salvação provem unicamente de Cristo e a ela aderimos pela fé, dom gratuito de Deus, não efeito das nossas obras. O Batismo nos enxerta em Cristo, podemos e devemos fazer o bem, praticar a virtude, pelo Espírito Santo, que habita em nós e completa a obra da justificação começada por Cristo, tornando-nos santos e filhos adotivos do Pai. A segunda parte da carta São Paulo aplica a doutrina ao comportamento moral do cristão: a “vida no Espírito” é o cristão que se deixa guiar pelo Espírito, que lhe dá uma vida nova, com todas suas conseqüências.

Epístolas do Cativeiro:

Paulo as escreveu no seu cativeiro em Roma, entre os anos 58 e 63.

Filêmon: enviada ao cristão Filêmon para que esse receba a Onésimo, escravo dele que se tinha fugido e refugiado em Roma, onde se tinha convertido, por meio de São Paulo. O Apóstolo ensina que eles agora são irmãos e assim devem ser tratados.

Filipenses: a comunidade de Filipos era constituída por antigos legionários retirados, com suas famílias. São Paulo os considerava seus queridos filhos, com uma fidelidade inquebrantável e generosa correspondência. O ponto doutrinal mais importante é o hino cristológico (Fil 2,6-11) que canta a humilhação de Cristo na sua encarnação, vida morte e sua gloriosa ressurreição.

Colossenses: essa comunidade enfrentava dificuldades doutrinais, pois alguns pregavam que Cristo era um ser intermédio entre Deus e a matéria. São Paulo então aprofunda temas capitais sobre Cristo. Ele é superior a todos os seres, a todos os anjos. Por isso afirma: “em Cristo habita toda a plenitude da divindade corporalmente” (Col 2,9). Jesus Cristo é pois Deus eterno, que ao tomar a natureza humana não deixa de ser Deus e, portanto, é o primeiro e superior a todos. Depois São Paulo dá diversos ensinamentos morais aos cônjuges, servos e senhores.

Efésios: é o ponto culminante no itinerário espiritual e doutrinal de São Paulo, no que diz respeito aomistério de Cristo, da obra da Redenção e da teologia da Igreja. Trata quase os mesmos temas de Col. com maior profundidade e serenidade. Aí afirma que Cristo Jesus é a cabeça de todos os seres, tanto celestes quanto terrestres. O seu senhorio é absoluto e Ele é o Salvador de todos. Ef 1,3-14 é um grande hino que louva o plano salvador de Deus por meio de Cristo em favor da humanidade. Contempla o mistério profundo da Igreja na sua unidade e totalidade inseparáveis, instrumento universal da salvação que Cristo criou como Seu Corpo, Sua plenitude, Sua esposa imaculada, para aplicar à humanidade a salvação que Ele realizou com sua morte e ressurreição. Todo fiel deve pois viver a unidade na caridade, pois forma parte de um só corpo com Cristo, animado pelo mesmo Espírito.

Epístolas Pastorais:

Esses escritos (1 e 2 Tim. e Tito) são para orientar e ajudar aos discípulos na sua tarefa de auxiliares de São Paulo no governo pastoral de várias Igrejas. Aqui São Paulo afirma que o conteúdo da lei moral natural presente na Lei de Moisés não caducou; também vai explicar que a Igreja tem umaordem e uma disciplina (como tratado na carta aos Coríntios). A hierarquia eclesiástica esta em período de gestação, ainda não distinguiu um vocabulário preciso para designar os ofícios dos bispos e dos presbíteros, ainda que seja clara a ordem diferente de bispos e presbíteros, dum lado, e osdiáconos, do outro. Nas Cartas de Santo Inácio de Antioquia (morto em 107) a instituição dos diversos graus da ordem está perfeitamente determinada. Nessas cartas Paulo se preocupa em consolidar as Igrejas já fundadas.

Epístola aos Hebreus:

Muito provavelmente foi escrita por um discípulo de São Paulo, mas transmitem as idéias do Apóstolo. Foi escrita a um grupo de cristãos provenientes do judaísmo, na qual predominava um número de sacerdotes e levitas do Templo de Jerusalém. São Paulo se dirige a eles para os reconfortar na fé, argumentando para eles que os antigos sacrifícios do Templo, e o próprio Templo não eram senão uma figura, uma sombra antecipada da realidade do único sacrifício que é o de Cristo, verdadeiro Templo e Sumo Sacerdote. Aqui São Paulo desenvolve a doutrina sobre o sacerdócio e o sacrifício de Cristo.

Ano  Cronologia tradicional (Vida)
8 d.C.  Nascimiento
33  Conversão
36  Jerusalén (1ª visita)
46  Jerusalén (fome): Hch 11
47-48  Primeiro viajem missionário
49  Conferência apostólica
50  Chegada de Paulo a Corinto
51/52  Paulo deixa Corinto
53  Paulo chega a Éfeso
56  Paulo deixa Éfeso
56  Paulo chega a Corinto
57  Paulo em Filipos
57  Paulo chega a Jerusalén
59  Paulo ante Festo
60  Paulo llega a Roma

Ano  Cronologia tradicional (Cartas)
50/51 1  Tesalonicenses: Corinto
51/52 2  Tesalonicenses: Corinto
56 1  Corintios: Éfeso
57 2  Corintios: Macedonia
57/58  Gálatas: Macedonia/Corinto
58  Romanos: Corinto
Filipenses
Filemón
61-63  Colosenses: Roma
61-63  Efesios: Roma
61-63 2  Timoteo: Roma


EXCURSUS: NORMAS DA INTERPRETAÇÃO EVANGÉLICA

- A interpretação deve ser fácil, tirada do que é o evangelho: boa nova.

- Os evangelhos são uma condescendência, um beneplácito, uma gratuidade, um amor misericordioso de Deus para com os homens. Presença amorosa e gratuita de Deus na vida humana.
- Jesus é a face do Deus misericordioso que busca o pecador, que o acolhe e que não se importa com a moralidade ou com a ética humana, mas quer mostrar sua condescendência e beneplácito, como os anjos cantavam e os pastores ouviram no dia de natal: é o Deus da eudokias, dos homens a quem ele quer bem e quer salvar, porque os ama.

Interpretação errada do evangelho:

- Um chamado à ética e à moral em que se pede ao homem mais que uma predisposição, uma série de qualidades para poder ser amado por Deus.
- Só os bons se salvam. Como se Deus não pudesse salvar a quem quiser (Fará destas pedras filhos de Abraão).

Consequências:

- O evangelho é um apelo para que o homem descubra a face misericordiosa de Deus [=Cristo] e se entregue de um modo confiante e total nos braços do Pai como filho que é amado.
- O olhar com a lente da ética, transforma o homem num escravo ou jornaleiro:aquele age pelo temor, este pelo prêmio.
- O olhar com a lente da misericórdia, transforma o homem num filho que atua pelo amor.
- O pai ama o filho independentemente deste se mostrar bom ou mau. Só porque ele é seu filho e deve amá-lo e cuidar dele.
- Só através desta ótica ou lente é que encontraremos nos evangelhos a mensagem do Pai e com ela a alegria da boa nova e a esperança de um feliz encontro definitivo. Porque sabemos que estamos na mira de um Pai que nos ama de modo infinito por cima de qualquer fragilidade humana.


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QUE DEUS ABENÇOE A TODOS NÓS!

Oh! meu Jesus, perdoai-nos, livrai-nos do fogo do inferno,
levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente
as que mais precisarem!

Graças e louvores se dê a todo momento:
ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento!

Mensagem:
"O Senhor é meu pastor, nada me faltará!"
"O bem mais precioso que temos é o dia de hoje! Este é o dia que nos fez o Senhor Deus!  Regozijemo-nos e alegremo-nos nele!".

( Salmos )

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